Criada no primeiro ano do governo Schmitt, em maio de 2002, o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Casa Vida, em seus 19 anos, vem desenvolvendo importante trabalho na comunidade e ajudando no tratamento de pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses e demais quadros, cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intenso, comunitário personalizado e promotor de vida.
No dia 17 de maio, o Caps Casa Vida, realizou oficina de Arte urbana (Graffiti), com usuários que frequentam o grupo de redução de danos – álcool e outras drogas – em parceria com o artista, Oito Sete Arte, que abordou o tema liberdade. O grupo tem como referência o enfermeiro Jonathan Nunes, que desde o mês de janeiro deste ano, realiza encontros terapêuticos semanais, onde são realizados trabalhos de marcenaria. “Nossa ação propicia a discussão e abordagem de temas relacionados aos problemas causados devido ao uso de certas substâncias. Nós conversamos muito sobre isso e, de que forma ele poderá se libertar dessas substâncias que fazem tão mal à eles”, explica o professor.
O dia 18 de maio – dia “D” – foi marcado pela luta antimanicomial. De acordo a enfermeira e atual Diretora de Saúde Mental, Valéria Almeida Louro, a reforma psiquiátrica é entendida como um processo social complexo, com redução gradual pactuada e planejada dos leitos em hospitais psquiátricos, o que não significa sua redução total.
Ainda segundo ela que fez um paralelo da reforma psiquiátrica para a realidade de Capão do Leão, o município tem atuado de acordo com estas diretrizes, reestruturando e implantando serviços que possibilitem o acolhimento e tratamento digno, através do acompanhamento contínuo e multiprofissional. O Caps Vida, por acreditar numa política pública que não isola, não estigmatiza, não retira o usuário do seu convívio familiar e social, oferece condições necessárias para o bom reestabelecimento do quadro, além de estreitar laços entre usuários, família e sociedade, argumenta, Valéria.
E prossegue. “Com esta finalidade, o Caps Casa Vida, enfatiza o trabalho em rede, articulando ações e serviços de diferentes setores e níveis de complexidade. Na atenção básica, os usuários com necessidade de atendimento devido aos transtornos mentais e ou uso decorrente de álcool e outras drogas, podem receber atendimento ou serem encaminhados para o atendimento especializado no Caps CasaVida, em situações graves ou de crise, atendidos por livre demanda ou encaminhados pela rede”, ressaltou.
Valéria Almeida Louro, entende que a luta antimanicomial é uma luta ainda inacabada, com velhos e novos desafios. “É a mudança na forma do cuidado na saúde mental, voltada para uma perspectiva psicossocial no seu território, junto a sua família e a sua comunidade. Cuidar é gerar autonomia, é facilitar o empoderamento de pessoas que por muito tempo foram silenciadas na nossa comunidade”, afirmou.
“Agradeço a nossa equipe técnica multiprofissional que se doam com muito amor e profissionalismo para atender nossa comunidade, disse Valéria ao destacar o trabalho das Assistentes Sociais, enfermeiros, psicólogas, psiquiatras, técnicos de enfermagem, arte terapeuta, musicoterapia e equipe de apoio, como merendeiras, higienizadores e estagiárias do ensino médio.